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terça-feira, 3 de maio de 2011

You open my eyes

Estar desempregada novamente não me faz feliz.
Eu adoro estar em casa e ter tempo para descansar, fazer minhas outras atividades, mas isso não paga as minhas dívidas, ou compra as minhas coisas.
As vezes eu fico pensando que sou um pouco incompetente.
Os únicos empregos duradouros que tive foram estágios. Os chefes me adoravam, e até pediam para me contratar quando meu contrato acabava. Então não sou tão incompetente assim ...
No meu último emprego as coisas não deram certo, porque a minha chefe não gostava de mim. Desde o começo ela demonstrou muito mais simpatia pela outra funcionária. Branca, loira, "bom status social". É, entre aspas porque era tudo fachada.
Esses dias eu fiquei bem decepcionada com as pessoas.
Primeiro um "amigo" parou de falar comigo por causa da namorada ciumenta. Depois, percebi que para alguns dos meus amigos sou apenas uma válvula de escape, utilizada como substituta quando eles não estão bem uns com os outros.
Minha mãe, cheia de dívidas. Tenho medo de abrir as cortinas e dar de cara com um cobrador no portão, ou atender o telefone e ter que escutar: " fala pra sua mãe parar de fugir de mim, ela tem que pagar o que deve".
Não quero essa vida pra mim.
Eu mereço ter algo melhor. Minha mãe merece ter algo melhor.
Estou fazendo o que eu acho que é certo: estudando, me preparando.
Por fim, percebo que ele não consegue se achar, e cada vez mais se enrola na própria teia.
Juro, não queria saber o que acontece com ele, mas é inevitável. A mãe sempre está por perto contando, e eu acabo me envolvendo emocionalmente. Queria cuidar dele, e mostrar pra ele que há muito mais do que ele imagina ... Que essa fase já deveria ter passado, e que um homem não pode agir como um menino o tempo todo.
As vezes, eu tenho a impressão, que tudo poderia ser um pouco mais fácil se ele estivesse aqui, comigo. Porque no fim, assim como nesse texto, é ele quem sempre aparece.







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